Empreendedores de 49 startups iniciaram nesta semana a primeira turma do módulo de criação do programa de desenvolvimento de startups BNDES Garagem. O grupo foi recebido no Wework Carioca, espaço de colaboração usado nas atividades do programa, pelas equipes do Departamento de Empreendedorismo do banco e do consórcio Wayra/Liga Ventures, contratado para a aceleração da iniciativa.
Na ocasião, os empreendedores participaram de dinâmicas e workshops de integração e puderam trocar experiências sobre conexão e empreendedorismo no ecossistema do Rio de Janeiro. “Após ouvir meus colegas durante as dinâmicas, chego à conclusão que o mundo vai ficar pequeno para essas propostas. Para mim, a sensação é de uma plataforma no momento de lançamento de um foguete”, disse, empolgado, Victor Gaudio, da Remedin, startup que oferece um aplicativo exclusivo para pedidos em pequenas e médias farmácias que substitui os pedidos por telefone.
Com duração de 19 semanas, o módulo de criação oferecerá mentoria e metodologia na validação de produtos, no desenvolvimento de produtos mínimos viáveis (MVPs) e no lançamento no mercado de empresas, ainda em estado embrionário, dos setores de saúde e bem-estar, sustentabilidade, internet das coisas (IoT), economia criativa, educação, soluções financeiras, blockchain e segurança. Entre as soluções apresentadas estão novas propostas de reciclagem de resíduos, canal de fornecimento de orgânicos diretos dos produtores para restaurantes e implante de chips para redução de dores nas articulações.
“Além de colaborar para que os empreendedores tenham seus MVPs, também temos a expectativa que esse convívio com os empreendedores aumente nossa eficiência, seja melhorando processos internos, seja estimulando a cultura empreendedora do Banco” (Fernando Rieche, gerente do BNDES)
Empreendedores de 18 a 90 anos – A primeira turma do módulo de criação é bastante heterogênea, com perfis de idades variadas. Entre os empreendedores, há aqueles que estão em sua quarta startup, enquanto outros que nunca tiveram emprego. Exemplo disso é a startup Riverlogg, que inova no escoamento de produção agrícola por meio de rios, em vez de rodovias. Seu idealizador, Luiz Fernando Rocha, tem 90 anos de idade. Foi ele que convenceu Paula Bastos, de 35 anos, e Pedro Saliba, 28, a criar a startup: “Minha principal função na empresa é manter meus sócios motivados, focados em pensar grande e em não desistir. Foi assim que sempre fiz. Nos anos 70, apresentei o projeto de um estaleiro, o maior de reparação naval abaixo do equador, ao Governo do Estado do Rio, e as pessoas não entendiam como eu consegui. Mas a minha proposta era consistente e com potencial de pagamento do incentivo depois, como eu fiz”, revelou Rocha.
Em outro extremo, há startups que surgiram no ambiente universitário, como a Wibis Vitae, de Júlio Iglesias Guerreiro Bellinger, 18, estudante do 1º período de ciências biológicas e bolsista de iniciação científica pela UFRJ. Ele estava desenvolvendo pesquisa ambiental quando conheceu os outros integrantes da startup, que produz biossensores que medem os níveis de agrotóxicos e outros insumos químicos nas plantações, de pequeno ou grande porte.
Antes de se juntar à empreitada, Júlio, que nunca tinha tido um emprego, ajudava sua família como agricultor de flores, em Friburgo (RJ). “Vivi numa comunidade que lida com agrotóxico. Meu sonho é que a gente consiga desenvolver o produto de identificação de agrotóxico e alavancar a empresa através do BNDES Garagem”, revelou.
Veja alguns registros que fizemos esta semana